E nunca um ano demorou tão pouco tempo a passar. Devo ter encontrado um amuleto especial que me empurrou do escuro, qual Pato Gastão, e me conduziu ao pote de ouro no fim do Arco-Iris.
É sempre tempo, na recta final de uma qualquer etapa, de avaliar o que de bom e menos bom(porque mau é uma palavra que gosto cada vez menos) aconteceu, quem esteve lá sempre presente, quem deixou de estar, as voltas que a vida deu e as que escolhi dar com ela.
A verdade é que senti o ano que passou - estranhamente senti-o desde os primeiros minutos de 2006 quando ainda era gata borralheira - como O ano das grandes mudanças. Afirmei-o a quem me ouviu e a quem me quis ouvir enquanto erguia a taça e deglutia as tradicionais passas; "este é um ano de mudança, I feel it in my bonnes and it's not rheumatic!"
Foi - de facto e sem sombra de dúvidas - o ano em que a Gata Borralheira teve direito a ser Cinderela, o período em que os Espiritos de Luz invadiram o meu templo, em que os Guerreiros Brancos avançaram no campo sob as trevas a que decidi votar-me durante anos. Foi o ano em que tive o previlégio de me cruzar (deveras) com seres humanos de excepção, com Pessoas dignas, desinteressadas que tão simplesmente AMAM sem quererem nada de volta a não ser o mesmo amor na reciproca medida, foi o ano em que tive a incomensurável sorte de me cruzar com Alguém - uma pessoa em especial - que me deu a mão no salto do bréu para a bruma e da bruma para a luz; alguém que me tem ensinado que também é bom que tomem conta de nós, que me tem sabido dar um brilho novo aos olhos, um tom diferente ao riso, alguém que sabe - talvez melhor que ninguém - encontrar-me em cada curva de mim, que me devolveu um Eu que julgava perdido, que - qual salteadora ou pirata - saqueou o que restava de mim e me trouxe de volta ao que sempre soube ser.
A ti - meu grande Amor -, a ti devo o som das gargalhadas de verão, do amor feito na areia, do crepitar de nós nos dias frios da lareira, a ti devo o sorriso que me brilha nos lábios e as ondas que me bailam nos olhos. A Deus devo o previlégio imenso de nos ter premitido o encontro. A Nós devo a responsabilidade maior de nos ser fiel, de nos ser sempre verdadeira, de nunca nos defraudar, de ser NÓS em mim. Aos Amigos de Sempre devo a lealdade da presença tantas vezes calada num respeito cego e contrariado que se transformaria numa ode ao Eu que conheceram outrora e que hoje veem despontar de novo.
Que 2007 te traga sempre na minha direcção e a ambas na direcção do NÓS que tivemos a capacidade de saber criar.
Bem hajas meu Amor.