Era uma vez um sonho lindo de sal e espuma, sonhado de areia, vivido de mar, construido de dedos que se entrelaçam nas danças dos dedos que se descobrem ávidos de pele para se redescobrirem ávidos de vida.
Era uma vez um sonho que encontrou outro sonho, que se cruzou com outro, que combinava com ele, que ficava bem ao tom da sua pele, que se reconhecia nas palavras meias ditas pela boca do outro.
Era uma vez um sonho maior, porque dois sonhos diferentes juntou.
Era uma vez uma manhã que, ao esperguiçar os raios de sol, acordou o sonho maior e o arrancou à noite que lhe servia de leito, que os embalava na névoa das crenças do possível.
Era uma vez dois sonhos, separados na comunhão de um sonho único, unidos no amor que fizeram numa noite, numa única noite que os juntou para sempre num tempo e num espaço impossível que o Homem não conhece e que passa ao lado dos dias normais, das horas que crescem e do peito que aperta nesta saudade do futuro impossivel porque impossível são o Aqui e o Agora.