Lembro-me de quando era garota muito crédula e inocente e para quem aquele miudo que tinha acabado de conhecer já era "o meu amigo". Lembro-me de me sentar no chão "à chinês", de pernas cruzadas e inclinada para a frente e me entretinha com qualquer brincadeira e, com os outros garotos e garotas à volta diziamos:
- "Agora ele vinha e tirava-lhe a espada!"
- "Não!" interrompia outro "Agora já estavam no castelo e o cavalo levava a princesa!"
Bons tempos esses em que me bastava o chão e uma dose inestimável de criatividade para, de um minuto para o outro, alterar a meu prazer o curso das aventuras do meu imaginário.
Quem dera hoje poder dizer sobre algumas presenças indesejáveis..."Agora ela desaparecia!"