-"O Monte é só vosso! Não está cá mais ninguém e portanto a casa é só para vocês."
Tu deitada no meu colo, eu a perder-me nas rotas que os meus dedos descobrem nas curvas dos teu cabelo, os olhos - os nossos - perdidos no tom laranja com que o céu peopositadamente se pintou e todos os nossos sentidos ali, conjurados nas carícias de ternura a que nos votamos. O tempo corre lento e sem pressas ou não estivessemos nós em pleno coração alentejano e, como o tempo, a noite foi caindo e o laranja fogo do céu deu lugar a um areal de estrelas que, na ausência da Lua, incendiaram o céu e o iluminaram. Foi debaixo delas, das estrelas luz, que dançámos na relva ainda empapada da chuva que teimara em cair antes da nossa chegada, foram elas que contemplámos sentadas no aconchego do alpendre enquanto a garrafa de Quinta do Crasto durou e quando - ao toque das doze badaladas - a rolha da Murganheira saltou para dar lugar ao brinde.
Este foi um fim de semana "daqueles que gostamos".