Saí de mim já passava da hora, ia atrasar-me. Corri para as veias que correm em mim. Trânsito na alma, era de esperar! a rádio dos sonhos ia distraindo o burburinho do meu peito. Mais trânsito depois da curva do ser. Sinal vermelho no cansaço dos dias e hora de ponta à porta do coração. Estava perto, mas a multidão de sentidos ocupava todas as faixas e no corredor de emergência ninguém parecia conseguir passar. Ao longe avistava o meu destino. Estava perto sim! Consegui fintar meia dúzia de devaneios e pareceu-me ver uma vaga de estacionamento, mas devia ser impressão. Afinal são tão raras...parei de frente para o espaço vazio a meu lado. Estacionei entre o Aqui e o Agora à larga entre o Tempo e o Espaço. Aqui estás Tu; Agora sou Feliz. É Tempo de Nós é Espaço de Vida.