Marta gozava de um estado de graça, quase irresponsável, fazia o que sentia, sentia o que vivia e limitava-se a ser aquilo que era.Maria tinha nela essa invulgar capacidade, de a deixar livre, de a potenciar, de a levar para uma ilha no meio do mundo onde se encontrava só com um espírito bom, soldado do exército branco, defensor da luz que tornava leve o ar que respirava e lhe inundava os pulmões, com quem não tinha que ter reservas nem defesas, a quem se expunha, frente a quem se despia e se iludia para se livrar de ilusões e se render. Maria era, cada vez mais, a frase da vida nas palavras de um ideal, a nudez das culpas e a clareza de todas as brumas. “Estar com Maria é como estar comigo! Ela entende sem que eu diga, ela lê sem que eu tenha que escrever e também eu a entendo, a leio e a vejo como é, nua e sem vergonha de se expor, como uma Eva que abandona o Paraíso pelo prazer de poder um dia voltar e não porque é obrigada na humilhação da expulsão. Espanto-me com a magnitude, revejo-me nos olhos, encontro-me no espírito. Gosto…sim gosto mesmo muito da Maria!”