Chegámos cedo, mas as marcações eram inúmeras pelo que tivemos que (des)esperar até perto das 17h. A emoção de receber o brieffing, de entrar para o avião com meia dúzia de tipos loucos, de verificar o arnez, de checkar tudo foi brutal.
O avião subiu aos 10.00 pés (cerca de 3.500mts) com o nariz sempre a cheirar as nuvens e, quando o altimetro marcou 10,200 pés há um
subito silenciar de motores, a porta abre-se e à nossa frente o azul é estonteantemente frio. Salta o primeiro "tandem" (salto de duas pessoas) e nós somos já a seguir.
O meu instrutor (FAÇAM SALTOS COM ELE!!!) olha-me com um sorriso nos lábios, faz-me uma festa na cabeça e grita..."Tás pronta?! It's Show time" e lá nos atiramos de mergulho com duas cambalhotas (ele achou - e bem - que eu era dada às emoções fortes) e uma imensa falta de ar. Lá em baixo não há nada e cá em cima também não. Como subimos acia das nuvens, o mergulho atravessou-as e o frio é de gelar qualquer pulmão. Gritei muito, tanto..."YessSSSS!!!!" mas nem eu me ouvia pois na queda livre (cerca de 45 segundos que parecem uma eternidade) a velocidade que atingimos chegou aos 247 km/h.
De repente um esticão. Já chegava de emoções fortes e estava na hora de abrir o pára-quedas. A sensação passa a ser a contrária...começamos a subir para poucos segundos depois estabilizarmos a marcha e nos deliciarmos com Évora vista do alto. Sem precalços o Jorge pediu-me que fosse eu a conduzir o pára-quedas até à voz de comando "preparar para aterrar, não te esqueças de levantar os pés" em que voltou a ser o senhor único das asas que me empresatou nessa tarde. Hoje sou outra pessoa.Esta foi de facto a melhor prenda que já tive. Cóis, tu de facto, levas-me ÀS NUVENS. Voar e mergulhar no azul é ASSOMBROSO!